'Bom Dia, Meus Pé-de-Arface'
Com este cumprimento o caipira saudava sua plantação de alface, naquele comercial de TV, que procurava enfatizar a relação de amizade que o agricultor nutria com suas plantinhas, onde notava-se que havia correspondência na "amizade" haja visto o crescimento perceptível de sua plantação, ao final do comercial. Percebia-se que até as plantas ao serem tratadas com carinho, reagiam crescendo viçosas e em quantidade, a ponto de perder-se de vista na imensidão da propriedade, necessitando que para cumprimentá-las, fosse necessário o auxilio de um equipamento de som muito potente. A lição que fica portanto é de que até mesmo as plantas respondem positivamente se bem tratadas, desenvolvendo e progredindo no seu crescimento e qualidade. Ao depararmos que um dos grandes problemas que atinge a sociedade brasileira é o excesso da carga tributária, notamos que os contribuintes não estão nada satisfeitos com o atual governo. Em pesquisa da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), temos: 94,9% dos empresários apontam a carga tributária como fator inflacionário; 91,4% indicam que os tributos são inibidores do investimento externo; 100,0% consideram os serviços públicos incompatíveis com a tributação; 47,4% reconhecem a prática da sonegação. São números que inquestionavelmente demonstram a gravidade em que se encontra o relacionamento governo/contribuinte. Não há incentivos a novos empreendimentos, novas contratações, os investimentos estão tolhidos e a iniciativa privada com o seu capital de giro reduzido constantemente. O governo brasileiro não está tratando bem o seu contribuinte. Não está dando incentivos para que ele possa produzir, progredir, crescer, expandir. Não está criando condições para seu fortalecimento. Ao contrário, tira-lhe cada vez mais, criando novos tributos, aumentando as alíquotas dos já existentes, aumentando a base tributária do fato gerador, deixando de corrigir os limites estabelecidos que já vigoram há muitos anos, exigindo antecipações sob vários títulos. Além do ônus tributário excessivo, impõe também aos contribuintes, principalmente às empresas, pesada burocracia, ao exigir inúmeros relatórios, mapas, cálculos, demonstrativos dos mais diversos, muitas vezes repetitivos, traduzindo-se em pesados custos financeiros e demanda de tempo para executá-los. Na obrigação de providenciar e cumprir com as exigências a tempo e hora, acaba tendo necessidade de efetuar novas contratações, que em nada beneficiará a produção da atividade-fim da empresa, mas sim apenas para fins burocráticos. Isto sem falar das pesadas multas a que os contribuintes estão sujeitos se não cumprirem tais obrigações, o que só servirá para agravar ainda mais a situação já caótica. Há quem diga que o governo criou uma fábrica de multas só para poder arrecadar mais. Nós, que na qualidade de consultores, sempre orientamos nossos clientes e empresários, da necessidade de um aprimoramento constante na relação e no trato de seus clientes, para um crescimento que fortaleça e crie laços de fidelidade, não podemos compactuar com um procedimento como o que se tem visto. Não raro, insistimos que é através da qualidade de nossos serviços e na cortesia do atendimento que vamos cativar nosso cliente. O que dizer então de uma máquina administrativa que possui um serviço deficiente e ainda por cima trata o seu cliente (contribuinte) com indiferença? Cabe a nós portanto, como contribuintes e cidadãos, através de nossos representantes nas diversas esferas políticas, estudarmos a solução para um problema de extrema gravidade. Quer ver sua fazenda prosperar? Trate bem suas plantinhas. Quer que sua empresa tenha sucesso? Trate bem seu cliente. Que conselho você daria para um governo que quer ser lembrado por sua boa atuação?
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